sábado, 26 de abril de 2008

TEMPO


Quanto tempo terei ainda de vida
para olhar este céu que não tem fim?
E a fragrância das flores do jardim,
pela brisa me sendo oferecida?

Quanto tempo terei do amor que assim
me faz feliz por vir de ti, querida?
Ver a folha cair no chão, vencida,
pelo outono que é dela e que é de mim?

É uma triteza não saber o quanto
tudo o que me emociona possa ter
como se o meu futuro fosse meu.

É por isso que às vezes sofro tanto:
como saber o quanto vou viver
se o dono do meu tempo não sou eu?

Théo Drummond

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