terça-feira, 27 de maio de 2008

TRAVESSEIRO




Eu não tenho mais tempo para então deixar
que o tempo passe logo, e passe tão ligeiro.
Por isso, toda noite, quando vou deitar,
abraço o travesseiro.

Só com ele converso, sempre a sussurrar
o que tento dizer ao amor verdadeio
que está longe e também não deixa de abraçar
seu próprio travesseiro.

Os recados se vão, de cada um de nós
para o outro que espera e escuta todo, inteiro,
o que só sussurramos, sem falar, sem voz,
ao nosso travesseiro.

Théo Drummond

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