Surpreende-me quando dizes
com tal firmeza na voz,
que aqueles tempos felizes
quem viveu não fomos nós.
-"Foi tudo ilusão!", garantes,
"coisas bem próprias de amantes!"
Ouço o que dizes e penso
que por mais que tu prefiras
esquecer o amor imenso
que não viveu de mentiras,
o amor existiu, tão forte,
que é impossível sua morte.
Mas se agora não te fala
o que antes tanto valia,
e tua voz não se cala
condenando o que existia,
é porque, então, nada resta
daquilo que já foi festa.
Porém, por mais que o destino
separe o que estava junto,
pode ser que, repentino,
o amor que hoje jaz defunto,
como a esquecida semente
germine dentro da gente:
vire fruto, vire flor,
árvore cheia de ninho,
sol que transfira calor
para alguém que está sozinho.
E se em ti, se ao retornar
o amor que tinha morrido,
conseguir te transformar
em tudo o que havias sido,
vamos reviver a história
do amor que foi nossa glória:
e assim que ele renascer
terá tanta intensidade
que aí sim, pode morrer,
porque viveu de verdade.
Théo Drummond
com tal firmeza na voz,
que aqueles tempos felizes
quem viveu não fomos nós.
-"Foi tudo ilusão!", garantes,
"coisas bem próprias de amantes!"
Ouço o que dizes e penso
que por mais que tu prefiras
esquecer o amor imenso
que não viveu de mentiras,
o amor existiu, tão forte,
que é impossível sua morte.
Mas se agora não te fala
o que antes tanto valia,
e tua voz não se cala
condenando o que existia,
é porque, então, nada resta
daquilo que já foi festa.
Porém, por mais que o destino
separe o que estava junto,
pode ser que, repentino,
o amor que hoje jaz defunto,
como a esquecida semente
germine dentro da gente:
vire fruto, vire flor,
árvore cheia de ninho,
sol que transfira calor
para alguém que está sozinho.
E se em ti, se ao retornar
o amor que tinha morrido,
conseguir te transformar
em tudo o que havias sido,
vamos reviver a história
do amor que foi nossa glória:
e assim que ele renascer
terá tanta intensidade
que aí sim, pode morrer,
porque viveu de verdade.
Théo Drummond
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