domingo, 22 de fevereiro de 2009

SILÊNCIO

Minha boca se cale e nunca diga
palavra de revolta que te fira.
Se algo disser seja palavra amiga
que apenas qualidade te confira.

Me ensinaste que o amor é uma mentira,
é uma luz que, sorrindo, se desliga.
Que o que se dá é o mesmo que se tira
e que o silêncio é a véspera da intriga.

Hoje entendi porque passei por tudo
que a tua crueldade me ensinou
sofrendo o que sofri, calado, mudo.

Sei que a raiva que guardo nada vale:
ela é o fruto do amor que não vingou
e é bom que a boca simplesmente cale.

Théo Drummond

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