Num gesto de quem procura
remexo os dedos na lama,
e bebo desta água impura
como quem nunca reclama.
A voz rouca grita e clama
por quem possa ter a cura
da minha cabeça em chama
que nunca mais se estrutura.
Sem que pudesse mantê-la
a vista tornou-se escura
como se fosse perdê-la.
Mas vi, na minha loucura,
que o céu não tinha uma estrela
e o chão era estrela pura.
Théo Drummond
0 comentários:
Postar um comentário