quinta-feira, 2 de julho de 2009

LOUCURA


Num gesto de quem procura
remexo os dedos na lama,
e bebo desta água impura
como quem nunca reclama.

A voz rouca grita e clama
por quem possa ter a cura
da minha cabeça em chama
que nunca mais se estrutura.

Sem que pudesse mantê-la
a vista tornou-se escura
como se fosse perdê-la.

Mas vi, na minha loucura,
que o céu não tinha uma estrela
e o chão era estrela pura.
Théo Drummond

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