Apesar de todo o trabalho,
das preocupações que lhe dou,
sei que conto com ele.
Somos amigos - mas sem intimidades,
apesar de sentir que sabe tudo a meu respeito.
Busco não fazer o que não devo, ser justo,
e não ter inveja por não possuir certas coisas
- mesmo as que me fariam feliz.
Trato de ser agradável às pessoas,
não fazer-lhes o mínimo mal, como se todas
fossem parentes próximos e queridos.
Às vezes choro com um pôr-do-sol;
por uma estrela cadente que desaparece do céu,
ou por ver uma criança suja pedindo esmolas
entre os carros, nas ruas.
Mas às vezes também rio lembrando dos micos
que surgiam entre os galhos das velhas mangueiras
da casa em que morei.
Rio também dos netos e das coisas que dizem
quando conversam comigo.
Ando e respiro o ar da praia observando cada coisa
- porque cada coisa é incrível e é isso o nosso mundo.
Depois, volto a ficar sério, como um homem de negócios,
sempre a esperar o que me alegre ou entristeça
porque é assim a vida.
Troco idéias, dentro da cabeça, com o meu amigo,
sobre tudo o que me cerca.
Conversamos, muito seriamente,
sobre o que está acontecendo com os homens
e sei que se preocupa com o futuro deles.
A cada instante me desperta mais amor e confiança,
é como um pai para mim, apesar de nunca tê-lo visto
e sequer saber seu sobrenome.
Aprendi, durante todos esses longos anos
que já dura a nossa amizade,
a chamá-lo, simplesmente, Deus.
Théo Drummond
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