domingo, 1 de novembro de 2009

MARCA

Olho a parede nua e vejo nela

a marca da moldura de um retrato,

ou lá - quem sabe? - uma pequena tela

que mereceu do dono um longo trato.


A pergunta me veio de imediato:

seria foto de mulher tão bela

que, por anos, ficou ali, de fato,

para que alguém nunca esquecesse dela?


Ou seria pintura e retratasse

um lugar que talvez tenha marcado

alguém, que um dia, por ali passasse?


É inútil qualquer coisa que eu pensar.

Só sei que o quarto vai ser repintado,

ninguém, agora, vai poder lembrar...


Théo Drummond



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