terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

PAISAGEM




O saveiro atracado ali no cais,
enquanto a noite chega, devagar.`
Procuro a estrada, não a vejo mais,
e a escuridão também esconde o mar.

Uma nuvem de chuva se desfaz.
Parte do céu começa a clarear.
Logo me lembro que há um minuto atrás
nem havia um começo de luar.

Não sei se vou dormir e perder tudo:
esta paz que é de Deus, reconfortante,
o silencio, este odor de maresia.

Mas porque me conheço não me iludo:
vou pegar um papel, dentro da estante,
começar a escrever uma poesia...


Théo Drummond



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