sexta-feira, 3 de setembro de 2010

UMA IMAGEM - DOIS POEMAS

A PLUMA

A pluma, carregada pelo vento,
faz volteios.igual à bailarina.
Como a folha que cái, uma por uma,
na chegada do tempo de cair.
E é por isso que no outono invento
um modo de viver que o tempo ensina
em que a sabedoria se resuma :
eu sei que há de voltar, depois de ir,
passear no céu, a minha linda pluma.

Théo Drummond


LIBERDADE

Multidão
que apressada,
se submete ao incessante tic-tac.
Em ansiosa busca,
mergulha em negro asfalto.
Que se protege,
aprisionando-se em frio concreto.
Que fumante de chaminé,
busca o ar que nunca respirou.
Multidão!
Somos tantos!
Somos nenhum!
Ah! Multidão,
esquecemos do presente divino:
de gaiola recebemos a imensidão.

Clau Assi

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