sábado, 30 de outubro de 2010

MORTE NATURAL

No começo foi bom que o nosso amor
Surgisse da maneira que surgiu.
Foi como, se plantado como flor,
Ele fosse crescendo - e a gente viu.
 
E cada vez sentindo mais calor
Dentro do peito, o amor então se abriu.
Tornou-se absoluto e sem pudor
Mostrando à todos tudo o que sentiu.
 
O tempo se incumbiu de mudar tudo.
Agindo como doença e sempre mudo
Tornou a nossa vida bem banal.
 
E sem que os dois se apercebessem disso
O amor que havia foi-se, num capricho,
Morrendo, então, de morte natural.
 
Théo Drummond

0 comentários: