Despetalei a flor da minha idade
E as pétalas murcharam pelo chão,
E o vento as espalhou, sem caridade,
E a flor que eu era nunca mais fui não.
Sei que as saudades permanecerão
Porque o destino é cheio de ruindade.
E as coisas têm que ser como elas são
Porque a vida é assim mesmo – só maldade.
Mas no fundo de mim restou da flor
Que foi despetalada, uma lembrança
De como ela nasceu tão perfumada.
E no meu desespero e em minha dor
Carrego em mim um resto de esperança
De ser flor, para ser despetalada...
Théo Drummond
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