domingo, 11 de outubro de 2009

FLOR

Despetalei a flor da minha idade

E as pétalas murcharam pelo chão,

E o vento as espalhou, sem caridade,

E a flor que eu era nunca mais fui não.


Sei que as saudades permanecerão

Porque o destino é cheio de ruindade.

E as coisas têm que ser como elas são

Porque a vida é assim mesmo – só maldade.


Mas no fundo de mim restou da flor

Que foi despetalada, uma lembrança

De como ela nasceu tão perfumada.


E no meu desespero e em minha dor

Carrego em mim um resto de esperança

De ser flor, para ser despetalada...


Théo Drummond



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